Câmara aprova projeto que estabelece prazo máximo de 60 dias para início do tratamento de pessoas com autismo

Câmara aprova projeto que estabelece prazo máximo de 60 dias para início do tratamento de pessoas com autismo

PL de Clarissa Tércio prevê atendimento rápido para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista, com justificativa obrigatória em caso de atraso.

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (27), o PL nº 1.589/2024, de autoria da deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE), que estabelece o prazo máximo de 60 dias para o início do tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a partir do momento em que for realizado o diagnóstico.

A proposta tem como objetivo garantir que crianças e adolescentes diagnosticados com autismo tenham acesso rápido a intervenções terapêuticas, fundamentais para seu desenvolvimento. A lentidão no início do tratamento, segundo especialistas, pode comprometer significativamente o progresso cognitivo, emocional e social desses pacientes.

“Cada dia sem tratamento é um dia de retrocesso no desenvolvimento da criança e de sofrimento para as famílias. A aprovação deste projeto é uma vitória da dignidade e do cuidado com os nossos autistas. O poder público não pode mais ser omisso diante dessa urgência”, afirmou a Clarissa Tércio, autora da matéria.

O projeto responde a uma demanda recorrente de pais e responsáveis que enfrentam longas filas de espera e dificuldades para acessar diagnóstico e atendimentos especializados na rede pública de saúde.

Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), realizado entre maio e julho de 2023, havia mais de 45 mil usuários em fila de espera para atendimento com profissionais médicos aptos a emitir diagnóstico do TEA no estado.

O texto aprovado determina ainda que o descumprimento do prazo por parte dos serviços públicos de saúde deverá ser justificado formalmente, e os responsáveis legais deverão ser informados das medidas adotadas para garantir o início do tratamento.

A proposta agora segue para análise nas comissões de Saúde e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), antes de ir ao plenário da Câmara.

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