Produtores de Itaparica Fecham BRs em Protesto Contra Abastecimento de Água da Codevasf

Produtores de Itaparica Fecham BRs em Protesto Contra Abastecimento de Água da Codevasf

Irrigantes do Perímetro de Itaparica Exigem Solução para Crise Hídrica que Afeta Milhares

Nesta quarta-feira (4), o Trevo do Ibó, ponto estratégico na divisa entre Pernambuco e Bahia, onde se cruzam as BRs 116, 426 e 316, amanheceu bloqueado. Uma mobilização intensa tomou forma, protagonizada por irrigantes do Perímetro de Itaparica, que protestam veementemente contra uma crise de abastecimento de água que vem afetando suas vidas e meios de subsistência. Desde a manhã de ontem (3), a região enfrenta a interrupção dos serviços prestados por empresas terceirizadas à Codevasf, após a devolução formal pela instituição dos projetos de irrigação à Chesf.

Essa indefinição dramática deixou uma população de mais de 75 mil habitantes das agrovilas de Glória, Pedra Branca, Rodelas, Apolônio Sales, Barreiras, Brígida, Fulgêncio, Icó-Mandantes e Manga de Baixo à mercê de uma crise hídrica devastadora. O abastecimento de água para consumo, serviços básicos como creches, escolas e postos de saúde, e até mesmo a irrigação das terras agrícolas, todos esses pilares fundamentais foram comprometidos. O bloqueio no Trevo do Ibó é um grito de socorro dos reassentados, um apelo desesperado ao Governo Federal para que intervenha e resolva essa situação imediatamente.

Na segunda-feira (2), líderes regionais buscaram a ajuda do deputado estadual Luciano Duque, que não hesitou em levar a causa para a Assembleia Legislativa. “Essa situação vai dar fim ao trabalho de milhares de agricultores e agricultoras que tiram seu sustento da terra. A Chesf, a União e a Codevasf precisam apresentar um plano de trabalho com as medidas necessárias para prover o fornecimento e custeio de energia, água, operação e manutenção dos projetos”, declarou Duque em seu discurso.

A gravidade da situação não pode ser subestimada. São mais de 15 mil hectares de terras irrigáveis, produtivas e essenciais para a subsistência de uma comunidade que cultiva produtos como tomate, coentro, mandioca, goiaba, coco, banana, melancia, melão, mamão, abóbora, maracujá, manga, uva, acerola, cebola e muitos outros. Somente no ano passado, essas agrovilas produziram mais de 343 mil toneladas de produtos agrícolas, gerando um valor bruto de produção agropecuária que supera os R$ 388 milhões.

O bloqueio das rodovias é um grito de desespero, uma expressão de urgência diante da crise hídrica que ameaça essas comunidades e seu futuro. A mobilização dos agricultores de Itaparica traz à tona uma questão crucial que demanda atenção imediata do Governo Federal e ações concretas para solucionar essa crise que afeta não apenas a subsistência dessas famílias, mas também a economia regional.

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